domingo, novembro 2

Finados, 2008.


Há quem morra todos os dias.
Morre no orgulho, na ignorância, na fraqueza.
Morre um dia, mas nasce outro.
Morre a semente, mas nasce a flor.
Morre o homem para o mundo.
Assim, em toda morte, deve haver uma nova vida.
Triste é ver gente morrendo por antecipação...
De desgosto, de tristeza, de solidão.
É ver pessoas fumando, bebendo, acabando com a vida.
É ver essa gente empurrando a vida. Gritando, perdendo-se.
Gente que vai morrendo um pouco, a cada dia que passa.
Ah! Aqueles que já partiram!
Aqueles que viveram entre nós.
Que encheram de sorrisos e de paz a nossa vida. Foram, deixando este vazio inconsolável. Que a gente, às vezes, disfarça para esquecer.
Deles guardamos até os mais simples gestos. Sentimos, quando mergulhados em oração, o ruído de seus passos e o som de suas vozes.
A lembrança dos dias alegres.
Daquela mão nos amparando.
Daquela lágrima que vimos correr.
Da vontade de ficar quando era hora de partir.
Essa vontade de rever novamente aquele rosto. Esse arrependimento de não ter dado maiores alegrias, de ter podido mais.

E...
Há tanta gente morrendo a cada dia, sem partir.

Que ausência tão cheia de presença!
Que morte tão cheia de esperança e de vida!
post Edynho Saez

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